segunda-feira, 15 de julho de 2013

Oportunidades no mercado de varejo de material de construção


O setor de construção civil é um dos motores do desenvolvimento econômico de um país. No Brasil, esta indústria representa 13% do PIB (Produto Interno Bruto).

Essa cadeia envolve: a indústria de materiais e seus fornecedores, a própria indústria de construção, o comércio de materiais e os serviços ao longo da cadeia.

O comércio de materiais implica em 4,1% desta cadeia, e o impacto é de 0,5% do PIB, dados da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção). O valor atingiu R$ 55 bilhões em 2012.

O país tem um grande déficit de moradias. Mas, a melhora na distribuição de renda e o aumento de financiamento tem sido grandes impulsionadores. E, a maioria das construções é autogeridas –administradas pelo proprietário da obra.

Isto significa que 77% das unidades e 67% do total gasto, segundo a Booz Allen Hamilton.

Pesquisa sobre o varejo brasileiro realizada conjuntamente pelo Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo) e a PricewaterhouseCoopers Brasil informa que, em 2011, o gasto médio do consumidor com materiais de construção foi de R$ 4.863.

O setor varejista de materiais de construção, ainda que esteja numa forte dinâmica de entrada de capital estrangeiro e de formação de redes nacionais ou mistas, ainda é muito pulverizado –aproximadamente 138 mil lojas.

Já se tem redes atuantes em alguns estados brasileiros, mas a que tem maior número de lojas, ainda não ultrapassa 60. Não se tem nenhuma rede que atinja todo o país.

Por outro lado, geralmente os que autogerem suas obras compram em pequenas quantidades, e desejam bons preços e entregas rápidas. Em geral, os materiais são volumosos, envolvendo logística.

Portanto, a comodidade de ter um varejista em seu bairro, ainda é fundamental. A menos que a grande loja se encarregue de fazer o transporte até a construção. Ou seja, parece que se tem oportunidades de empreender, de abrir um negócio neste varejo.

Entretanto, há que se preparar, visto que a competição aumentou e as grandes redes estão se mexendo e ampliando a sua área de influência.

O empreendedor que quiser constituir o seu negócio deve investigar muito o setor. Há muitas possibilidades de especialização visto que o número de categorias e de itens é imenso.

A Anamaco informa que, na média, os lojistas comercializam 41 categorias de produtos, e que predominam lojas com 300 m² de área de exposição (sem contar o estoque), mas que a média é de lojas com mais de 1000 m².

Começar pequeno já parece ser desafiador, dado que o poder de barganha ao adquirir pequenos volumes é menor. Perceba que é extremamente importante identificar a localização. Investigue sobre áreas da cidade com projetos de melhoria e expansão.. Você precisa saber quais os planos futuros de seu município. Sem isto, poderá dar um tiro n'água.

Perceba qual o tipo de público que reside ou residirá nelas. Precisa estudar bem quais as maiores necessidades de quem está construindo nesta área ou bairro. Lembre que os itens básicos –cimento, areia, tijolos, ferro– são volumosos, exigem que você tenha caminhão para transportar (ou parceria com o fornecedor), e lhe darão pouca margem de lucro.

No entanto, há outros itens, também necessários, nas fases seguintes da obra, e que podem, se bem trabalhados, dar uma margem melhor: hidráulica, elétrica, pintura, pisos, azulejos, etc.

O importante é que você faça sua lição de casa: informe-se, procure saber de quem já está no ramo, identifique como são as negociações com fornecedores, condição de pagamento, principais dificuldades.

E, saiba que, se não gerir profissionalmente o seu negócio, acompanhando as novidades, o giro de estoque, mix de produtos e fluxo de caixa, terá problemas.

Além disso atente para a base de clientes e seu relacionamento com eles –recebimentos à vista, saber muito bem a quem dar crédito, cobrar efetivamente, bem como a administração dos funcionários. Monitore a concorrência.

Cuidado com o pagamento de impostos e separe o dinheiro da empresa do seu. Procure ter reserva, caso contrário não terá chance de se manter e de crescer.

ROSE MARY LOPES
Professora e coordenadora do núcleo de empreendedorismo da ESPM

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